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A VENERAÇÃO E A PIEDADE MARIANA

PARA A RENOVAÇÃO DA PIEDADE MARIANA

A veneração a Maria Santíssima

O Concílio Vaticano II, exorta a todos os cristãos que ao lado do culto litúrgico se promovam também outras formas de piedade, sobretudo aquelas que têm sido recomendada pelo Magistério (LG – 67). Vejamos o que diz a Lumem Gentium no parágrafo 67:

O Concílio resolveu ensinar essa doutrina católica, chamando a atenção de todos os filhos da Igreja, para que promovam generosamente o culto a Nossa Senhora, especialmente na liturgia. [...] Observem religiosamente o que foi estabelecido no passado a respeito do culto prestado a imagens de Cristo, da santa virgem e dos santos.

Durante o Segundo Concílio de Nicéia se discutiu a legalidade da veneração de imagens sacras e relíquias santas e sobre as orações para os santos. Tornou-se conhecida como a controvérsia IconoclastaDurante uma semana, o Concílio estudou a visão teológica sobre a questão da veneração de imagens e orações a santos. Finalmente todos concordaram que era correto honrar imagens e relíquias e importante rezar aos santos. Então foi feita uma fórmula de fé na qual o culto de dulia = (veneração) é prestado aos santos e à Virgem Maria. O culto latria (adoração) é dirigido a Deus, às Três Pessoas da Trindade e à Palavra Encarnada, Jesus.


Como é bem conhecido, a veneração dos fiéis para com a Mãe de Deus tem acontecido de várias formas de acordo com as suas aparições dependendo das circunstâncias de lugar e de tempo, com a diversa sensibilidade dos povos e com as suas diferentes tradições culturais.


Nota trinitária, cristológica e eclesial no culto da Virgem Maria.

Que os exercícios de piedade para com a Virgem Maria exprimam, de maneira clara, a característica Trinitária e Cristológica que lhes é intrínseca e essencial. Na Virgem Maria, de fato, tudo é relativo a Cristo e depende d`Ele. A piedade cristã, certamente nunca deixou de pôr em realce essa ligação indissolúvel e a essencial referência da Virgem Maria ao Salvador (Lumem gentium - 66).

Isto concorrerá, sem dúvida, para tornar mais sólida a piedade para com a Mãe de Jesus e fazer dela um instrumento eficaz para que alcancemos todos "o pleno conhecimento do Filho de Deus, o estado de Homem perfeito, a medida da plena estatura da plenitude de Cristo" (Ef 4,13). De tal sorte, transfere-se para o Rei aquela honra que, em humilde tributo, se presta à Rainha, já que ela insiste em transferir para o Filho todas as atenções devidas: FAZEI TUDO O QUE ELE VOS DISSER! (João 2, 5).

Parece-nos útil, em seguida, fazer aqui uma chamada à atenção para a oportunidade de se dar, nesse mesmo culto, o adequado realce a outro dos dados essenciais da fé: a pessoa e a obra do Espírito Santo. Assim, por exemplo, alguns Santos Padres e escritores eclesiásticos atribuíram à obra do Espírito a santidade original de Maria, por ele "como que plasmada e tornada uma nova criatura".

E, refletindo, depois, sobre os textos evangélicos: "Virá sobre ti o Espírito Santo e a potência do Altíssimo te recobrirá" (Lc 1,35), e "Maria... achou-se que tinha concebido por obra do Espírito Santo"; (...) "é obra do Espírito Santo o que nela se gerou" (Mt 1,18.20), descobriram eles em tal intervenção do Espírito uma ação que consagrou e tornou fecunda a virgindade de Maria e a transformou em:

Palácio do Rei ou Tálamo do Verbo
Templo ou Tabernáculo do Senhor
Arca da Aliança ou da Santificação
Santuário do Espírito Santo

Mas, sobretudo, recorreram à intercessão da Virgem Santíssima para obter do Espírito a capacidade de gerarem Cristo na própria alma, como o atesta S. Ildefonso numa oração, que surpreende pela doutrina e pelo vigor suplicante: "Rogo-te, sim, rogo-te, Virgem Santa, que eu obtenha Jesus daquele Espírito, do qual tu mesma gerastes Jesus! Que a minha alma receba Jesus por esse mesmo Espírito, por quem a tua carne concebeu Jesus! (...) Que eu ame Jesus naquele mesmo Espírito, no qual tu o adoras como Senhor e o contemplas como Filho”! Desse aprofundamento emergirá, em particular, a misteriosa relação entre o Espírito de Deus e a Virgem de Nazaré e a ação de ambos sobre a Igreja.


Algumas orientações, de ordem bíblica, litúrgica, ecumênica e antropológica, para o culto à Virgem Maria.

Iremos apresentar segundo este documento algumas indicações dadas até aqui, que fluem da consideração das relações da Virgem Maria com Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, e com a Igreja, para tornar mais vivo e mais sentido o vínculo que nos une à Mãe de Cristo e Mãe nossa, na Comunhão dos Santos.

De ordem Bíblica = A Bíblia, ao apresentar de modo admirável o desígnio de Deus relativamente à salvação dos homens, acha-se toda ela impregnada do mistério do Salvador e encerra também, sem dúvida, desde o Gênesis até ao Apocalipse, referências àquela que foi mãe e cooperadora do mesmo Salvador.

De ordem Litúrgica = Em primeiro lugar, a atitude de alguns a quem está confiada a cura de almas, que, aprioristicamente, desprezam os exercícios de piedade, se bem que recomendados pelo Magistério quando feitos na forma devida; e por isso, transcuram-nos e criam um vazio que não providenciam a preencher de nenhuma maneira. Ora, estes que assim procedem esquecem que o Concílio diz que se harmonizem os exercícios de piedade com a Liturgia e não que se suprimam simplesmente. Em segundo lugar, lembramos a atitude daqueles que, à margem de um são critério litúrgico e pastoral, misturam ao mesmo tempo exercícios piedosos e atos litúrgicos, em celebrações híbridas. Acontece, algumas vezes, que na própria celebração do Sacrifício Eucarístico são inseridos elementos que fazem parte de novenas ou de outras práticas piedosas, com o perigo de o Memorial do Senhor não constituir o momento culminante do encontro da comunidade cristã, mas ser como que a ocasião para algumas práticas devocionais. Aqueles que assim procedem quereríamos recordar que a norma conciliar prescreve que se harmonizem os piedosos exercícios com a Liturgia e não que se confundam com ela.

De ordem Ecumênica = Em virtude do seu caráter eclesial a piedade para com a Mãe do Senhor torna-se, deste modo, sensível aos anelos e aos escopos do Movimento ecumênico, quer dizer, adquire também ela um caráter ecumênico. E isso, por vários motivos. Antes de mais nada, porque os fiéis católicos se unem aos irmãos das Igrejas ortodoxas, nas quais a devoção à bem-aventurada Virgem Maria se reveste de formas de elevado lirismo e de doutrina profunda, ao venerar, com particular amor, a "Theotocos", e ao aclamá-la como "Esperança dos cristãos"; se unem aos Anglicanos, cujos teólogos clássicos já colocavam em evidência a sólida base escriturística do culto a Mãe de Nosso Senhor, e cujos teólogos contemporâneos frisam ainda mais a importância do lugar que Maria ocupa na vida cristã; se unem, enfim, aos irmãos das Igrejas da reforma, entre os quais floresce vigorosamente o amor pelas Sagradas Escrituras, que os leva a glorificarem a Deus com as próprias palavras da Virgem (cf. Lc 1,46-55). Sejam evitados, com todo o cuidado, quaisquer exageros, que possam induzir em erro os outros irmãos cristãos, acerca da verdadeira doutrina da Igreja católica (LG 67); e sejam banidas quaisquer manifestações cultuais contrárias à reta praxe católica. Por  fim, sendo conatural ao genuíno culto da bem-aventurada Virgem Maria que, "ao honrar a Mãe (...) melhor se conheça, ame e glorifique o Filho" (LG 56).

De ordem Antropológica = No culto à Santíssima Virgem devem ser tidas em atenta consideração também as aquisições seguras e comprovadas das ciências humanas; isso concorrerá, efetivamente, para que seja eliminada uma das causas de perturbação que se nota nesse mesmo campo do culto à Mãe do Senhor; quer dizer, aquele desconcerto entre certos dados deste culto e as hodiernas concepções antropológicas e a realidade psicossociológica, profundamente mudada, em que os homens do nosso tempo vivem e operam.

Observa-se, na realidade, que é difícil enquadrar a imagem da Virgem Maria conforme resulta de certa literatura devocional, nas condições de vida da sociedade contemporânea, e em particular nas da mulher. E isso, quer a consideremos no ambiente doméstico, onde tanto as leis como a evolução dos costumes tendem justamente para lhe reconhecer a igualdade e a co-responsabilidade com o homem, na direção da vida familiar; quer a consideremos no campo político, onde ela conquistou, em muitos Países, um poder de intervenção na coisa pública, a par do homem; quer a consideremos, ainda, no campo social, onde ela desenvolve a sua atividade, nos mais variados setores operativos, deixando cada dia mais o restrito ambiente do lar; quer a consideremos, enfim, no campo cultural, onde lhe são proporcionadas possibilidades novas de pesquisa científica e de afirmação intelectual.

A este propósito, ao mesmo tempo que exortamos os teólogos, os responsáveis pelas Comunidades cristãs e os mesmos féis a dedicarem a devida atenção a tais problemas, pareceu-nos útil dar uma contribuição, nós próprio também, para a sua solução, apresentando em seguida algumas observações.

Assim, para dar alguns exemplos: a mulher contemporânea, desejosa de participar com poder de decisão nas opções da comunidade, contemplará com íntima alegria a Virgem Santíssima, que, assumida para o diálogo com Deus, dá o seu consentimento ativo e responsável (LG 56), não para a solução dum problema contingente, mas sim da "obra dos séculos" como foi designada com justeza a Encarnação do Verbo;(65) dar-se-á conta de que a escolha do estado virginal por parte de Maria, que no desígnio de Deus a dispunha para o mistério da Encarnação, não foi um ato de fechar-se a qualquer dos valores do estado matrimonial, mas constituiu uma opção corajosa, feita para se consagrar totalmente ao amor de Deus; verificará, com grata surpresa, que Maria de Nazaré, apesar de absolutamente abandonada à vontade do Senhor, longe de ser uma mulher passivamente submissa ou de uma religiosidade alienante, foi, sim, uma mulher que não duvidou em armar que Deus é vingador dos humildes e dos oprimidos e derruba dos seus tronos os poderosos do mundo (cf. Lc 1,5153); e reconhecerá em Maria, que é "a primeira entre os humildes e os pobres do Senhor" (LG 55), uma mulher forte, que conheceu de perto a pobreza e o sofrimento, a fuga e o exílio (cf. Mt 2,13-23), situações, estas, que não podem escapar à atenção de quem quiser secundar, com Espírito evangélico, as energias libertadoras do homem e da sociedade; e não lhe aparecerá Maria, ainda, como uma mãe ciosamente voltada só para o próprio Filho divino, mas sim como aquela Mulher que, com a sua ação, favoreceu a fé da comunidade apostólica, em Cristo (cf. Jo 2,1-12), e cuja função materna se dilatou, vindo a assumir no Calvário dimensões universais.

Por fim, se porventura disso houvesse necessidade, quereríamos reiterar a insistência nisto: a finalidade última do culto à bem-aventurada Virgem Maria é glorificar a Deus e levar os cristãos a aplicarem-se numa vida absolutamente conforme a sua vontade.


FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEMINARISTA SEVERINO DA SILVA.

MESSAGGIO DEL SANTO PADRE BENEDETTO XVI AL II CONGRESSO CONTINENTALE LATINOAMERICANO SULLE VOCAZIONI.

MESSAGGIO DEL SANTO PADRE BENEDETTO XVI AL II CONGRESSO CONTINENTALE LATINOAMERICANO SULLE VOCAZIONI, (01.02.2011)

MENSAGEM DO SANTO PADRE

Queridos hermanos en el Episcopado, Amados presbíteros,religiosas, religiosos y fieles laicos

Próximamente se cumplirán 17 años del Primer Congreso Continental Latinoamericano de Vocaciones, convocado por la Santa Sede, en estrecha colaboración con el Consejo Episcopal Latinoamericano y la Confederación Latinoamericana de Religiosos. Aquel evento significó una importante ocasión para relanzar en todo el Continente la pastoral vocacional. El presente Congreso, que os disponéis a celebrar en la ciudad de Cartago, en Costa Rica, es una iniciativa de los Obispos responsables de la pastoral vocacional de América Latina y el Caribe, con la que se pretende seguir el camino ya iniciado, en el contexto de ese gran impulso misionero promovido por la V Conferencia General del Episcopado Latinoamericano, en Aparecida (Documento conclusivo, 548). La gran tarea de la evangelización requiere un número cada vez mayor de personas que respondan generosamente al llamado de Dios y se entreguen de por vida a la causa del Evangelio. Una acción misionera más incisiva trae como fruto precioso, junto al fortalecimiento de la vida cristiana en general, el aumento de las vocaciones de especial consagración. De alguna manera, la abundancia de vocaciones es un signo elocuente de vitalidad eclesial, así como de la fuerte vivencia de la fe por parte de todos los miembros del Pueblo de Dios.

La Iglesia, en lo más íntimo de su ser, tiene una dimensión vocacional, implícita ya en su significado etimológico: «asamblea convocada» por Dios. La vida cristiana participa también de esta misma dimensión vocacional que caracteriza a la Iglesia. En el alma de cada cristiano resuena siempre de nuevo aquel «sígueme» de Jesús a los apóstoles, que cambió para siempre sus vidas (cf. Mt 4, 19).

En este segundo Congreso, que tiene por lema: «Maestro, en tu Palabra echaré las redes» (Lc 5, 5), los distintos agentes de pastoral vocacional de la Iglesia en América Latina y el Caribe se han reunido con el objetivo de fortalecer la pastoral vocacional, para que los bautizados asuman su llamado de ser discípulos y misioneros de Cristo, en las circunstancias actuales de esas amadas tierras. A este respecto, el Concilio Vaticano II afirma que: «toda la comunidad cristiana tiene el deber de fomentar las vocaciones, y debe procurarlo, ante todo, con una vida plenamente cristiana» (Optatam totius, 2). La pastoral vocacional ha de estar plenamente insertada en el conjunto de la pastoral general, y con una presencia capilar en todos los ámbitos pastorales concretos (Cf. V Conferencia General, Aparecida, Documento conclusivo, 314). La experiencia nos enseña que, allí donde hay una buena planificación y una práctica constante de la pastoral vocacional, las vocaciones no faltan. Dios es generoso, e igualmente generoso debería ser el empeño pastoral vocacional en todas las Iglesias particulares.

Entre los muchos aspectos que se podrían considerar para el cultivo de las vocaciones, quisiera destacar la importancia del cuidado de la vida espiritual. La vocación no es fruto de ningún proyecto humano o de una hábil estrategia organizativa. En su realidad más honda, es un don de Dios, una iniciativa misteriosa e inefable del Señor, que entra en la vida de una persona cautivándola con la belleza de su amor, y suscitando consiguientemente una entrega total y definitiva a ese amor divino (cf. Jn 15, 9.16). Hay que tener siempre presente la primacía de la vida del espíritu como base de toda programación pastoral. Es necesario ofrecer a las jóvenes generaciones la posibilidad de abrir sus corazones a una realidad más grande: a Cristo, el único que puede dar sentido y plenitud a sus vidas. Necesitamos vencer nuestra autosuficiencia e ir con humildad al Señor, suplicándole que siga llamando a muchos. Pero al mismo tiempo, el fortalecimiento de nuestra vida espiritual nos ha de llevar a una identificación cada vez mayor con la voluntad de Dios, y a ofrecer un testimonio más limpio y transparente de fe, esperanza y caridad.

Ciertamente, el testimonio personal y comunitario de una vida de amistad e intimidad con Cristo, de total y gozosa entrega a Dios, ocupa un lugar de primer orden en la labor de promoción vocacional. El testimonio fiel y alegre de la propia vocación ha sido y es un medio privilegiado para despertar en tantos jóvenes el deseo de ir tras los pasos de Cristo. Y, junto a eso, la valentía de proponerles con delicadeza y respeto la posibilidad de que Dios los llame también a ellos. Con frecuencia, la vocación divina se abre paso a través de una palabra humana, o gracias a un ambiente en el que se experimenta una fe viva. Hoy, como siempre, los jóvenes «son sensibles a la llamada de Cristo que les invita a seguirle» (Discurso en la sesión inaugural de la V Conferencia General, Aparecida, 13 mayo 2007). El mundo tiene necesidad de Dios, y por eso siempre tendrá necesidad de personas que vivan para él y que lo anuncien a los demás (cf. Carta a los seminaristas, 18 octubre 2010).

La preocupación por las vocaciones ocupa un lugar privilegiado en mi corazón y en mis oraciones. Les animo, pues, queridos hermanos y hermanas, a que se consagren con todas sus fuerzas y talentos a esta apasionante y urgente tarea, que el Señor sabrá recompensar con creces. Imploro sobre los organizadores y participantes en ese Congreso la intercesión de la Virgen María, verdadero modelo de respuesta generosa a la iniciativa de Dios, al mismo tiempo que les imparto una especial Bendición Apostólica.

Vaticano, 21 de enero de 2011

QUAL A ORIGEM DO SANTO ROSÁRIO?

ORIGEM DO ROSÁRIO

Não há uma data precisa sobre a origem do Rosário. Em linhas gerais, remonta já os primeiros séculos da Igreja primitiva e foi tomando forma nos mosteiros católicos até o século 10, quando inciou expansão mais acentuada. O Rosário de 150 ave-marias teria originado-se a partir de relatos populares de um monge que costumava rezá-lo desta forma e, o nome "terço" popularizou-se por representar, como o nome diz, a terça parte do total das 150 ave-marias, ou propriamente do Rosário. 

Vale lembrar que, a segunda parte da Ave-Maria ("Santa Maria, Mãe de Deus"), foi introduzida na oração por ocasião da vitória sobre a heresia nestoriana, deflagrada no ano de 429. O bispo Nestório, Patriarca de Constantinopla, afirmava ser Maria mãe de Jesus e não Mãe de Deus. O episódio tomou feições tão sérias que culminou no Concílio de Éfeso convocado pelo Papa Celestino I. Sob a presidência de São Cirilo (Patricarca de Alexandria), a heresia foi condenada e Nestório, recusando a aceitar a decisão do conselho, acabou sendo excomungado. 

Conta-se que no dia de encerramento do Concílio, onde os Padres Conciliares exaltaram as virtudes e as prerrogativas especiais da VIRGEM MARIA, o Santo Padre Celestino ajoelhou-se diante da assembléia e saudou Nossa Senhora, dizendo: "SANTA MARIA, MÃE DE DEUS, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém." Na continuidade dos anos, esta saudação foi unida àquela que o Arcanjo Gabriel fez a Maria, conforme o Evangelho de Jesus segundo São Lucas 1,26-38 "Ave cheia de graça, o Senhor está contigo!" e também, a outra saudação que Isabel fez a Maria, para auxiliá-la durante os últimos três meses de sua gravidez: "Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre." (Lucas1, 42) Estas três saudações deram origem a AVE MARIA. 
A difusão e posterior expansão do Rosário a Igreja atribui à São Domingos de Gusmão (século XII), conhecido como o "Apóstolo do Rosário", cuja devoção propagou aos católicos como arma contra o pecado e contra a heresia albigense , que assolava Toulose (França).

O terço que consiste em 50 ave-marias intercaladas por 10 padre-nossos se mantém desde o pontificado do Papa Pio V (1566-1572), que deu a forma definitiva ao terço que conhecemos hoje (O Papa era religioso da Ordem de São Domingos). Quanto às meditações, ressaltamos, porém, que até o ano de 2002, cada Rosário, que era composto de três terços (150 ave-marias) passou a ser composto de quatro terços (portanto, 200 ave-marias no total). Foi quando o Papa João Paulo II inseriu aos mistérios existentes (gozosos, dolorosos e gloriosos), os mistérios "luminosos" que retratam a vida pública de Jesus.

O Papa João Paulo II, devoto de Nossa Senhora e talvez um dos maiores Papas marianos da história, inaugurou uma nova era de devoção a Maria, dando especial atenção à forma física e contemplativa do Rosário ao inserir a meditação desta importante fase da vida de Jesus, ou seja, a contemplação dos mistérios luminosos.

A devoção ao Santo Rosário sempre foi renovada e enaltecida Romanos Pontífices, como vemos na vida dos Papas e na história da Igreja. Grande tesouro de fé, em síntese, guarda assim as meditações dos mistérios:

1 - GOZOSOS - Anunciação do Anjo à Nossa Senhora até Jesus, entre os doutores da lei;

2 - LUMINOSOS - Batismo de Jesus no Jordão até a Instituição da Eucaristia;

3 - DOLOROSOS - Agonia de Jesus no Horto até a sua crucificação e Morte;

4 - GLORIOSOS - Ressurreição de Jesus até a Coroação de Nossa Senhora como Rainha dos Céus e da Terra.

FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEMINARISTA SEVERINO DA SILVA.

O APÓSTOLO PEDRO E A SUCESSÃO APOSTÓLICA



o primado de pedro E A SUCESSÃO APOSTÓLICA

        O presente trabalho tem como objeto apresentar o primado do sucessor de Pedro dentro da colegialidade episcopal. Para isso foi seguido o seguinte esquema: o que diz o concílio, apresentado ai às intuições teológicas, discussões e conclusões; a figura de Pedro, como um marco referencial tanto histórico como teológica, sendo ai mais do que uma figura histórica caricaturada nas transformações da humanidade, mas como uma referencia teológica que assume o papel de confirmado da fé dos apóstolos; o primado do papa situando-o na história, apresentado às varias controvérsias existentes no tocante a sua fundamentação tanto com base nas questões de cunho histórico bem como teológicos; por fim, apresentamos a relação: primado e colegialidade episcopal, onde se esboça de maneira sucinta os pontos principais que foram julgados favoráveis e desfavoráveis a aceitação da idéia de colegialidade, assim como, os efeitos concretos que essa colegialidade abarca no âmbito da vida eclesial e pastoral dos bispos. 

          A metodologia utilizada foi de leitura, reflexão, síntese e escrita do conteúdo. Quanto à bibliografia usada como fonte de pesquisa foi de grande valia, uma vez que os autores são de altíssimo gabarito em âmbito da matéria eclesiologia, aqui vale citar Frei Boaventura Kloppenburg, OFM, com a obra Minha Igreja, editado pela Editora vozes em 2000 e Medard Kehl com a obra A Igreja: Uma eclesiologia católica, editada pela Loyola de 1992 e traduzida por João Resende Costa, ambos são figuras qualificadas para tratar desse assunto que desertamos, refletem com muita clareza, lucidez e seriedade os temas referentes a Igreja, e sobretudo o tema do primado do papa, tanto em nível histórico como teológico. 

         Por fim, duas obras de grande destaque e que não poderia faltar dentro deste trabalho de pesquisa, que é a constituição dogmática do concilio vaticano I Pastor Aeternus e a Lúmen Gentium “De Ecclesia” isto é o tratado de eclesiologia feito pelo concilio Vaticano II que marcam de maneira muito objetiva as reflexões em torno do estudo da eclesiologia.

1 – O PRIMADO DE PEDRO DENTRO DA COLEGIALIDADE DOS BISPOS.

        Segundo o relato bíblico, Jesus em sua estadia na terra elegeu os doze. A eles confiou a missão que havia recebido do pai. Institui-os, deu-lhes poder, autoridade e lhes prometeu sua presença e a do Espírito Santo na tarefa recomendada. No começo quando a Igreja começa a crescer, e os apóstolos não conseguem mais atingir todas às comunidades, por meio da imposição das mãos, comunicam o poder que haviam recebido de Jesus aos seus colaboradores de maior confiança aos quais passam assumir e guiar a Igreja. E isto se repete até os dias de hoje. O tema que eu vou dissertar trata da relação direta do primado de Pedro hoje colocado mais em evidencia na autoridade do papa, dentro desse espírito de colegialidade episcopal. Dai para iniciar vamos de imediato apresentar um titulo bem pertinente a aquilo que estamos falando. 

O PRIMADO: É a autoridade que confere ao papa a missão de governar em ultima instancia a Igreja universal e o colégio dos bispos, não para substituir ou anular o papel dos bispos, mas para manter entre eles a unidade e a fidelidade a missão recebida. Sendo o papa a cabeça do colégio dos bispos. Ora Jesus estabeleceu Simão Pedro como “pedra que sustentaria a Igreja e confiou-lhe as chaves do Reino (Mt 16,18-19); pediu-lhe que fortalecesse seu irmãos como bem cita (Lc 22,32); que fosse pastor de toda sua grei (Jô 21,15ss). A missa então foi assumida pelo bispo de Roma e, desde então, os sucessores de Pedro sempre tem sido os bispos de Roma onde se estabeleceu e morreu Pedro. 

           Ao que parece, no Ocidente em virtude de situações históricas particulares, o papa assumiu diretamente muitas funções que em outras regiões cabem aos bispos ou aos patriarcas. Por outro lado, centralizou ai muito e cada vez mais a administração ordinária da Igreja o que não decorre obrigatoriamente da sua missão de sucessor de Pedro. Contudo para realizar e assumir com eficiência essas funções o papa organizou e montou em Roma uma grande administração contando com muita gente as quais ajudam a organizar as dioceses bem como a nomear os bispos, regular a liturgia, a vida religiosa, os seminários e os institutos de ensino, e por fim as relações com os Estados.

Ao longo dos séculos o tema da colegialidade foi bem enfatizado nos vários concílios realizados, especificamente o concilio vaticano II onde afirma “... São Pedro e os demais apóstolos formam um só colégio apostólico, de maneira semelhante o Romano pontífice, sucessor de Pedro, e os bispos, sucessores dos apóstolos, estão unidos entre si.”[1]  
Essa colegialidade se acede exatamente pela ordenação cujo caráter sacramental o concílio fez questão de ressaltar, bem como pela comunhão com o chefe e os membros do colégio... “a ordem dos bispos... junto com seu chefe o romano pontífice e nunca sem ele é também detentora do poder supremo e pleno sobre a Igreja inteira”.[2] No tocante ao pensamento do concílio vaticano II, pude observar que ele instrui sobre a teologia da igreja particular, e dai, parece haver quase que uma contradição, em virtude dele afirmar a idéia de Igrejas particulares.  Contudo o mesmo afirma não ser necessariamente que um bispo esteja ligado ou presida uma igreja local particular para fazer parte do colégio, pois, o fato é: o papa é sucessor de Pedro à cabeça deste colégio e, em troca pouco é pouco significativo ser o papa bispo de Roma, contudo partindo do pressuposto de que o papa está na chefia, no lugar de Pedro, logo os bispos estão intimamente ligados a ele pelo ministério da ordem episcopal, pelo menos essa é a idéia que consegui captar.
Em outro momento o concilio vai centrar seu foco na questão ou na relação de poder, mas especificamente do poder supremo da Igreja, onde apresenta dois elementos constitutivos fundamentais: o colégio dos bispos e papa, esclarecendo, portanto que quem guia a Igreja
“é o colégio dos bispos em comunhão com o papa, o qual também quando age sozinho, age em como cabeça do colégio”.[3] Em seguida apresenta algumas formas mais típicas para se exercer a colegialidade: o concilio ecumênico, “do qual tem o direito de participar todos os bispos”. [4] o Sínodo dos bispos “convocado pelo papa”.[5] Esse na sua forma atual parece se privado de deliberação sendo apenas órgão de consulta do papa.
Também aparecem outros organismos como instrumentos de comunhão segundo a leitura que fiz, esses são sem duvidas as chamadas conferencias episcopais, onde a Lumem Gentium afirma que elas somente ajudam na “chamada colaboração múltipla e fecunda”[6] da igreja. assim como a Cristus Dominus recomenda com veemência sua constituição tanto em nível nacional e em nível internacional, em vista de uma “santa colaboração para o bem comum das Igrejas”.[7] bem como garantir uma linha comum de ação entre os bispos. 

Como vemos essas conferencias tem e manifestam o caráter de colegial do episcopado, que enquanto tal tem uma responsabilidade direta e legitima por toda a Igreja, embora não sendo uma expressão imediata do colégio episcopal, pois sua competência ao que parece se manifesta “de maneira externa e de cunho pastoral do ministério dos bispos, assim como, mesmo com os limites dentro do direito possui uma competência legislativa e magisterial”.[8]

2 – A FIGURA DE PEDRO.


Pedro é mais citado entre os doze apóstolos, pelo menos 114 vezes, parece que ele desempenha um papel bm relevante entre os seus.... Está sempre em primazia frente aos outros como, ostra os sinóticos, é porta-voz dos companheiros. Pedro ao que tudo indica, é uma testemunha privilegiada, onde vários acontecimentos importantes da vida da comunidade ele lá estava presente sendo uma testemunha ocular,

“Assim como Abraão e Sara e Jacó receberam um nome de eleição e de graça, que expressava a função que haviam de desempenhar na historia da Salvação como narra Gn 17,5; 32,29; assim o próprio Jesus da a Simão o nome de Pedro, ou em hebraico Kefas, que ficou em grego Cefas, palavra que naquela época significava também grutas rochosas onde se oferecia abrigo em lugares desertos à gente pobre, aos pastores e aos peregrinos surpreendidos pela noite ou por algum temporal”.[9]   

Curiosamente está ai o significado amplo do nome Pedro, que na boca do Senhor Jesus este nome parece significar a pedra fundamental ou como diz Mt 16,18, a rocha sobre a qual ia se construir a Igreja. Mas Pedro continua sendo o protagonista, aquele que confirma a fé. E isto está bem claro nos relatos da ressurreição chamado acontecimentos pós-pascais Lc 24,34; 1Cor 15,5; mesmo na narrativa Joanina no capitulo 20,3-10, tendo o discípulo amado cegado primeiro ao sepulcro, deixa Pedro entrar primeiro, ai propositadamente a comunidade o coloca no lugar de primaz.
Como se sabe o Novo Testamento oferece poucas informações sobre a pessoa ou o perfil de Pedro, contudo, sua figura forte e ao mesmo tempo frágil se entrelaça em um mistério que a Igreja, tomando por base os escritos do Neotestamentários o colocou em relevante destaque, como aquele que confirma a fé, isto é confirma afirma Jesus como sendo o Santo de Deus. Daí, ele é mencionado como sendo a rocha sobre a qual a Igreja pode ser fundada, a ele será confiada o poder das chaves, tendo ai a tarefa de inconfundível de confirmar seus irmãos na fé. É também ele que  depois de ter professado a fé e seu amor, recebe  a missão-tarefa de apascentar os rebanhos de Jesus.
A figura de Pedro ao mesmo tempo em que se apresenta forte, imbatível é também frágil, pois o mesmo nega o mestre de maneira vergonhosa e dramática, bem como a passagem do mar ele afunda em função da sua falta de fé no Cristo. Contudo, mesmo demonstrando fraqueza, ocupa um lugar importante na Igreja que está nascendo, que é a de ser o ponto de unidade para a Igreja inteira, daí, a própria historia com suas vicissitudes não hesitou e fez dele a imagem viva de um pastor que cuida da Igreja comunidade de fé chamada de Igreja universal.

3 – O PRIMADO DO PAPA.
           
            Na historia a dimensão de Primado foi se constituindo uma vez que o mundo também se desenvolvera tanto do ponto de vista social, cultural e religioso. Antes, porém, já no período pós-apostólico teve-se Roma como o centro político, cultural e religioso, de modo que quanto mais a Igreja chamada primitiva se adaptava a cultura greco-romana e reproduzia seus modelos de organização e seu jeito de político de governar, mais ia aparecendo com muita clareza a estrutura e o caráter visível da Igreja no mundo, carecendo por seu turno de constituir elementos que viessem a confirmar de uma vez o poder jurídico e espiritual da mesma.
            Juntamente com essas tendências já citadas aparece um fator importante que é a Tradição onde se dizia que a Igreja de Roma foi fundada por Pedro e Paulo, bem como era o lugar  onde ambos teriam sidos martirizados. Com o passar dos tempos, e as controvérsias teológicas, gnóstica, com o declínio de Roma que deixara de competir com outras sedes metropolitanas, a idéia mais teórico-prático sobre o primado toma seu ponto de ebulição com Gregório VII, Inocêncio III e Bonifácio VIII, “Teólogos de grandes prestígios como são Boa ventura e Santo Tomas de Aquino, exaltarão os poderes da sede romana. Também o impulso dado pela teologia Escolástica reforçara a concepção piramidal da autoridade da Igreja. A teologia pós-tridentina, as grandes polemicas do século XVI e a contra-reforma acentuarão esta tendência” [10]Nesta afirmação do concílio vaticano I,

“Ensinamos e declaramos, segundo o testemunho do Evangelho, que Jesus Cristo prometeu e conferiu imediatamente o primado de jurisdição sobre toda a Igreja ao Apostolo Pedro. Com efeito, só a Simão Pedro [...] se dirigiu com essas solenes palavras: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja [...] E só a Simão Pedro conferiu Jesus, após a sua ressurreição, a jurisdição de pastor e chefe supremo de todo o seu rebanho”’.[11]

Em seguida toma como base o próprio Evangelho o qual se refere a Pedro, e se afirma a sua continuidade que por sua vez é o bispo de Roma nas palavras do concilio

“Porém o que Nosso Senhor Jesus Cristo, que é o príncipe dos pastores e o grande pastor das ovelhas, instituiu no apostolo São Pedro para a salvação eterna e o bem perene da Igreja, deve constantemente subsistir pela autoridade do mesmo Cristo na Igreja, que fundada sobre o rochedo permanecerá inabalável até o fim dos séculos”.[12]           

            Sendo por assim dizer decretados e promulgados de uma vez por toda o primado de Pedro e conseqüentemente o primado do papa como seu legitimo sucessor. A essa altura se faz questionamentos importantes acerca desse dogma, e um deles é o que esse poder primacial corresponde em termos concretos? Ao que mostra a constituição dogmática, diz que o papa não somente tem poder de jurisdição de direção ou de presidência, mas tem o pleno poder de jurisdição em toda a Igreja, assim como as coisas que dizem respeito à fé, aos costumes, a disciplina e ao governo da Igreja em âmbito universal, e inclui também ministério magistral e os poderes legislativos, judiciário e coercitivo.
            Fala também de um poder jurisdicional ordinário, e um poder anexo ao próprio oficio primacial, é o poder independente pelo qual o Sumo pontífice pode intervir jurisdiciamente, sem consultar a ninguém a qualquer momento, em qualquer lugar.... Mesmo o papa não tendo o poder ordinário habitual que é próprio do bispo em sua Igreja particular. Em seguida apresenta um poder jurisdicional imediato, ele denomina-se assim por dois motivos: porque lhe é conferido imediatamente por Cristo; e porque pode exercê-lo diretamente sobre os bispos, sacerdotes e fiéis de todo o mundo católico sem pedir a permissão a ninguém.
        Um poder jurisdicional imediato espicopal significa dizer na visão do vaticano I que inclui as funções pastorais da mesma natureza que a dos bispos, e não só uma autoridade de cunho administrativa. Depois apresenta um poder jurisdicional, ordinário imediato episcopal pleno, que significa que o sumo pontífice cabe-lhe não apenas a parte principal para exercer o poder supremo, mas ele tem em sua plenitude... Ainda mostra um poder jurisdicional ordinário imediato episcopal pleno e universal, que é sem limites de tempo, espaço, pessoa, lugar e de coisas, ou seja, não ha limites para exercê-lo, sobretudo em âmbito católico. Por fim um poder jurisdicional ordinário, imediato, episcopal, pleno, universal e supremo, ou seja, quer dizer que não há na Igreja católica autoridade superior nem mesmo o concilio ecumênico.
Ai está portanto um resumo da doutrina ensinado pelo vaticano I. Mas o Vaticano II fez questão de ressaltar e reafirmar com veemência o ensinamento anterior,
           
“Este santo concilio propõe de novo, firmemente, a fé de todos os fieis, a doutrina da instituição, perpetuidade, poder e natureza do sacro primado do romano pontífice e do seu infalível magistério e, prosseguindo no mesmo desígnio, quer afirmar e declarar publicamente a doutrina acerca dos bispos, sucessores dos apóstolos, que com o sucessor de Pedro, vigário de cristo e cabeça visível de toda a Igreja a casa do Deus vivo.”

Pois bem, estas considerações são de cunho histórico-teológico e institucional, onde mostra com clareza a função e a fundamentação do primado do papa, ao qual está como vimos vinculados com as raízes profundas na figura e no testemunho de Pedro.

4 – A RELAÇÃO: PRIMADO PAPAL E COLEGIALIDADE EPISCOPAL.

         Já vimos anteriormente a definição e instituição a cerca da condição primacial do papa, como cabeça do colégio episcopal, ou como pastor supremo da igreja. Faltou então argumentar e insistir na tese da Colegialidade princípio de unidade vital para Igreja de cristo no mundo.
        Seguindo o esquema de Merdad Kehl, observaremos que ele inicia falando com muita propriedade da doutrina do concilio vaticano II onde ele aproveita para ressaltar os seguintes elementos: caráter colegial do episcopado, autoridade única na configuração colegial e primacial. No que tange a este caráter  colegial do episcopado, ele segui a mesma linha da lumen gentium 22 a reflexão teológica ode diz que este caráter é conferido ao bispo na ordenação episcopal, essa autoridade conferida ao bispo constitui o tríplice oficio, santificar, ensinar, e dirigir. Ele também afirma que essa autoridade episcopal em sua plenitude deriva em analogia com o chamamento dos apóstolos diretamente por Jesus e o envio do Espírito Santo, desse modo, seu refletir teologal, assim como Jesus chamou os apóstolos “como colégio”, e os enviou com autoridade, esse oficio episcopal “por sua natureza só pode se exercido a comunhão hierárquica com a cabeça e os membros do colégio”.[13]
            No que se refere à autoridade na configuração colegial e primacial, os bispos só poderão fazer e está em comunhão se estiverem ligado pelo vinculo a comunhão em Cristo com o bispo de Roma que é o sucesso de Pedro, o qual sendo a cabeça do colégio representa por assim dizer “a pluralidade o povo de Deus”.[14] E continua, afirmando que esse um não vale somente para o colégio episcopal, mas analogicamente para oficio de Pedro.
Olhado, pois estas argumentações sobre a colegialidade, ver-se, segundo este autor que “conforme os escritos do Novo Testamento, Pedro não foi constituído como pastor por Jesus fora do colégio apostólico, assim também o papa não pode exercer a Igreja o seu serviço a unidade fora ou acima do colégio episcopal”.[15] 
Seguindo ainda o esquema desse autor, que nos ajuda na reflexão em torno da relação primado e colegialidade, dar para se perguntar quais os efeitos concretos a vida da Igreja que podem ser observados por todos? Pois o perigo é permanecer inerte, sob o jugo de meras teorias, que a seu ver representa um grande perigo pra a própria assimilação da autoridade em âmbito católico. Mas não se esgota a reflexão do assunto, uma vez que a própria Igreja já deu passos importantes nesta reflexão teológica como cita o CIC 330 – 459, não se trata é claro de afirmar o primado a partir de uma ótica juridico-exterior do poder do oficio petrino, mas perceber sob a ótica da a presença do Espírito Santo que vem em sua direção para guiar-lo, e não um poder arraigado às qualidades e faculdade humanas.
Refletindo por esse esquema, pode-se fazer cinco observações, baseado as próprias conclusões, que segundo o autor pode ser denominado de efeitos concretos e que por sua vez ao fere a indissoluvidade do poder colegial e primacial do papa visto sob a ótica interna.
·                             É posto em relevo o serviço pastoral que o oficio petrino exige, o qual revendo a Tradição se percebe como sendo a testemunha... “A característica decisiva do oficio de Pedro não é um poder jurisdicional de comando para a Tradição mais antiga, mas o serviço autorizado como vigia e memória viva da Tradição da fé”.[16] Está ai então o resumo do poder primacial do papa sob o aspecto pastoral.
·                             Acentua também o caráter de centro a Unidade, onde não é o papa que cria ou centra na sua pessoa a unidade, mas vigia e resguarda-a “para que as Igreja permaneçam na fé e no amor, graças ao serviço do seu bispo, de forma que reconhece reciprocamente como Igreja de cristo”. Esse é o fundamento do primado como centro fundante da unidade entre as Igrejas.
·                             Um outro destaque é para a revalorização do sínodo dos bispos, concílios particulares e conferencias episcopais. Essas instâncias são para fortalecer o espírito colegial que a teologia da “communio” implementada pelo vaticano II inaugurou como base sacramental de colegialidade, dai, a necessidade de um fortalecimento nessas instancias na tentativa de se estabelecer com veemência o caráter eclesial-universal da Igreja, onde dentro da variedade de Igrejas locais não se permitam o esfacelamento da comunhão que o colégio dos bispos oferece, “quem quiser realmente uma estrutura duradoura e viável de communio deverá fortalecer essas instancias intermediarias, Sinodais, de outra forma se lançará a incredulidade sobre toda a teologia ou espiritualidade da communio”.
·                             Um último ponto que merece destaque é quanto as escolhas de bispos dentro dessa idéia de communio. Ao que parece, o direito eclesial deixa esta questão mais ou menos aberta, “onde o papa nomeia livremente os bispos ou confirma os eleitos” (cic 377,1). No tocante a escolha de um bispo, considerando as dimensões teologicamente relevantes da communio, deve se garantir da melhor maneira possível que um bispo não seja escolhido de acordo com determinados interesses políticos, de acordo com o partidarismo ou de acordo com a popularidade, mas deva-se considerar a necessária qualificação para o serviço de pastor na Igreja.

Depôs de ter-se analisados os efeitos concretos dessa instituição primacial, reportando ao conteúdo descrito, percebe-se com clareza que o próprio concilio vaticano II está por um lado em continuidade com o I quando afirma expressamente o primado de jurisdição do papa, contudo, aponta para a necessidade de equilibrar essa definição, utilizando-se da doutrina da Igreja antiga sobre a Igreja como communio, e em conseqüência sobre a colegialidade do oficio episcopal.
W. Kaspers, afirma que se “a unidade da Igreja se baseasse apenas num único ‘principio’, haveria de ser totalitária, se porem, a unidade se funda sobre ‘princípios’ relativamente diversos e em seu ‘concurso’, a Igreja é um sistema aberto”. Parece, pois, que precisamente nesta afirmação está o sentido próprio do primado do papa, onde é o bispo de Roma que sinaliza de maneira pessoalmente e concreta, e ao mesmo tempo sacramentalmente eficaz a unidade da Igreja universal.
Essa unidade por sua vez, não se fundamenta na vontade do povo de Deus ou do próprio papa, pois ambos não os soberanos na Igreja, mas ela se baseia antes de tudo no amor de Jesus Cristo que se concede no Espírito Santo a toda Igreja, e com ele procede o ofício sagrado de Pedro, o qual deve servir de modo especial na comunhão universal. Se olharmos pois, com os olhos da fé, certamente perceberemos a beleza desse ministério que está por seu turno a serviço da caridade de Cristo, a fim de ser vinculo fidedigno de unidade e de paz na Igreja de Cristo fundada sob o fundamento dos apóstolos, e pastor visível.

Considerações Finais

Um trabalho de pesquisa como esse não pode ser fechado como se não podesse haver mais contribuições a serem dadas, isto seria de sorte menos vantajoso para quem  estuda e pesquisa.  Pois de certa forma, aqui está sendo apresentado somente uma visão, como disse anteriormente faço só um resumo e em seguida comento as afirmações que julgo interessante, pois minha pretensão não escrever uma obra de “Eclesiologia”  pois não disponho de gabarito nem de experiência suficiente para tal, mas quero acima de tudo dar um pouco da minha visão, ou da minha compreensão acerca do tema que a meu ver é tão complexo.
Fica aqui, portanto, o esforço e a experiência de vários dias fazendo leituras, anotações, rascunhando e tirando duvidas para esse trabalho ser concluído de forma menos obscura e mais acessível a quem dele quiser se servir, onde o seu conteúdo fundamental está voltado para a reflexão teológica e conseqüentemente histórica do primado do sucesso de Pedro dentro da colegialidade episcopal, de modo que analiso na medida do possível as controvérsias, os questionamentos, e proposituras feitas pelos dois concilio, tanto o vaticano I como o II, bem como a sua relação ao longo da historia até nossos dias.
Portanto depois de acurada leitura, sínteses e fechamentos, apresentamos este texto como que um resumo quase perfeito das varias interpretações feitas pelos autores que citamos como inspiração e referencia, tanto de leitura como de conteúdo e como já dissemos um pouco também da nossa compreensão do tema a luz da fé e certamente da experiência de Igreja que tenho experimentado ao longo da minha caminhada nesta Igreja de Jesus Cristo fundada sob o alicerce da fé dos apóstolos e confirmadas por Pedro no principio, e perpetuada na historia até hoje, manifestada na pessoa do papa, pontífice Maximo servidor do evangelho, figura indispensável e testemunha visível da unidade desta Igreja de Cristo.

FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEMINARISTA SEVERINO DA SILVA.


[1] Lumen gentium 22 a
[2] Lumen gentium 22 b.
[3] G. CERETI apud. ALMEIDA, Pe Antonio José de. Igrejas Locais e Colegialidade Episcopal, p 78.
[4] Cristus Dominus 4
[5] Motu próprio Apostólica sollicitudo, de 15 de Setembro de 1965 – Paulo VI
[6] Lumem Gentium 23
[7] Cristus Dominus 37
[8] ALMEIDA, Pe Antonio José de. Igrejas Locais e Colegialidade Episcopal,  p 79
[9] KLOPPENBURG, Boaventura. Minha Igreja, Petrópolis, Rj: Ed Vozes 2004. pg 120  
[10] Ibid. KEHL, Merdad. P 121
[11] Pastor Aeternus 3053
[12] Pastor Aeternus 1824
[13] Lúmen Gentium 22
[14] KEHL, Merdad. A Igreja Uma Eclesiologia Católica. Ed Loyola são Paulo 1997. P 335.
[15] Ibid. KEHL, Merdad. P 335
[16] ibid.  KEHL, Merdad. P 337

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