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DESAFIOS DA CATEQUESE NA CONTEMPORANEIDADE

DESAFIOS DA CATEQUESE NA CONTEMPORANEIDADE

Fernanda Maria Andrade[1]

                  A sociedade contemporânea é marcada pelo sistema capitalista, globalizado, neoliberal e também pelo antropocentrismo, onde o ser humano, enquanto ser racional se descobre como o centro do universo, a partir do qual a totalidade da existência é explicada de maneira científica. O ser humano moderno busca através da razão, justificar a totalidade da sua existência. Essa nova maneira de pensar rompe com diversas estruturas tradicionais da sociedade, entre elas, a religião.
O sujeito no iluminismo, como afirma Hall, tem uma concepção de si como um indivíduo totalmente centrado, unificado, dotado das capacidades de razão, de consciência e de ação. Possuidor de um “centro”, um “núcleo interior” que se manifestaria ao longo de seu desenvolvimento racional e histórico[2]. Vários pensadores da primeira fase do iluminismo, partindo de uma visão evolutiva do processo de autonomia do ser humano, tendem a diminuir a importância das religiões e práticas místicas no processo de amadurecimento humano[3].
Segundo Armstrong, os secularistas do século XIX e início do século XX viam o ateísmo como condição irreversível da humanidade na era científica[4]. Fato paradoxal é que concomitante ao processo de racionalização, vivido pela sociedade contemporânea, a dimensão religiosa da existência tem mostrado, a nível internacional, a sua pertinência na vida dos indivíduos e na necessidade da paz entre os povos. Devido à racionalidade moderna, muitas vezes anti-religiosa, muitos indivíduos ficaram desprovidos de seus sentidos religiosos ou foram radicalmente criticados por preservá-los, pois as transformações provocadas pela modernidade serviram para iniciar uma nova fase na sociedade, chamada de secularização.       É importante lembrar que a secularização é mais um acontecimento histórico-social[5]. Podemos dizer que a secularização acontece “sempre que o ser humano se liberta de modelos de comportamento de cunho religioso e se orienta nas iminentes leis próprias das esferas da realidade”[6].
Como afirmam Berger e Luckmann, o processo da modernidade leva, invariavelmente à secularização, provocando um grande “dano” às instituições religiosas, secularmente portadoras de sentido para a sociedade, afetando a consciência do cidadão[7]. Ela além de desejar a dissolução das religiões tradicionais, contribuiu para a fragmentação e mesmo o esvaziamento dos ideários religiosos institucionalizados[8].
Tal processo provocou múltiplas posturas frente à religião. Para muitos, as instituições religiosas perderam a sua plausibilidade, outros aderiram ao ceticismo e muitos a uma postura eclética frente a uma pluralidade religiosa. Sobre isso assim se expressa Berger:
A secularização acarretou um amplo colapso da plausibilidade das definições religiosas tradicionais da realidade. Essa manifestação da secularização a nível de consciência [...] tem o seu correlato a nível socioestrutural (como ‘secularização’ objetiva). Subjetivamente, o homem comum por uma vasta gama de tentativas de definição da realidade, religiosas ou não, que competem por obter sua adesão ou, pelo menos, sua atenção, embora nenhuma delas possa obrigá-lo a tanto. Em outras palavras, o fenômeno não costuma ser muito seguro acerca de assuntos religiosos. Objetivamente, ele é assediado do pluralismo é um correlato socioestrutural de secularização da consciência[9].
No plano individual, a secularização é a perda de plausibilidade da religião institucional, sendo substituída pela visão de mundo pessoal. Na sociedade moderna, pluralista, a definição da realidade dada ao cosmo sagrado não é mais perceptível pela totalidade das pessoas. A secularização, afirma Martelli, analisando o conceito de secularização de Berger, está em estreita relação com o processo de pluralização das escolhas, com a diversificação de ofertas de concepções de vida, possibilitada pela multiplicidade de instituições, cada qual se apresentando com finalidades diferentes, para as necessidades dos sujeitos[10].
Berger pensa o ser humano, enquanto produto e produtor da cultura, abarcando uma grande teia de possíveis significados, disponíveis na sociedade plural. A cultura traz interpretações e modos de subjetivação que são ofertadas ao indivíduo.  O ser humano necessita dar sentido às suas experiências de vida. É a partir da exteriorização dessas experiências que ele constrói um mundo, que será experienciado como objetivado, sendo, posteriormente interiorizados pelos seus semelhantes. Nessa dialética, o ser humano atribui uma ordem significativa à realidade em que vive[11]. É nessa relação, segundo Berger, que se situa a religião como construção social de busca de estrutura de sentido. A religião dentro de uma visão histórica, sempre teve a função de legitimar e garantir a ordem construída para bem viver na sociedade. O ser humano percebia a ordem do mundo como uma determinação divina que estava além do alcance humano que devia ser obedecida.
O processo de secularização não pode ser compreendido como um fenômeno homogêneo, como também não pode ser visto necessariamente, como perda da esfera religiosa da vida, mas sim, na maioria das vezes, como uma relativização do religioso institucionalizado[12].
Esta revolução causou um grande vazio existencial em uma parte da humanidade, o Ser Humano precisava preencher esse vazio para dar sentido a sua vida. Então o sentido de vida do Ser Humano passou a ser o dinheiro, a mais valia, o consumo, ampliando ainda mais a exclusão social, pois quem não tem o poder de consumo está a margem da sociedade capitalista. Em consequência disto surgi o estresse, a angustia, a solidão, a depressão dentre outras.
O ser humano percebe que sua vida sem Deus não tem sentido. Onde está Deus? Como procura-lo? Essa busca incessante por Deus fez com que algumas pessoas procurassem Deus em vários lugares e o Ser Humano que não tinha fincado raízes em uma determinada religião conseguiu realizar o trânsito religioso sem nenhum constrangimento, estar nesta ou naquela religião não tem o menor problema. A sociedade oferece para a humanidade um grande self- service de religião, as pessoas podem escolher e consumir a vontade. Os símbolos religiosos são oferecidos tanto nos camelodromos como nos grandes shopping. Essa ida e vinda de religião Luckmann chama de “religião invisível” e “flutuante”[13].
                  É dentro desta realidade que está inserida a catequese e seus desafios. Iremos abordar quatros desafios significantes para a catequese na contemporaneidade, 1) Catequese lugar de identidade e pertença; 2) Catequese querigmática 3) Pedagogia para uma educação de fé; 4) Catequese viva na comunidade de fé.

1. Catequese lugar de formação de identidade e pertença.

                  Como vimos o chão da catequese é desenhado no contexto social, econômico, cultural, político[14] e pelo pluralismo religioso. É dentro dessa diversidade religiosa que o ser humano busca compreender o sentido da vida. Perguntas como: “De onde viemos?”, “Para onde vamos?”, “Qual a nossa origem?”, “Qual é o nosso fim?”, são constantes na existência humana é em busca das respostas para essas perguntas que o Ser Humano lentamente vai construindo a sua identidade.
                  Para, onde quer que vá o ser humano leva consigo a sua história de vida e as marcas da cultura do meio em que vive. É sempre processo, aprendizagem, é construtor e é construído pela cultura e pela história. Assim percebemos que o homem está relacionado com o seu ambiente natural. Segundo Berger e Luckmann, o ser humano “em seu desenvolvimento não somente se relaciona com um ambiente natural particular, mas também com uma ordem cultural e social específica”[15]. Ora o ser humano conclui seu desenvolvimento fora do útero, no entanto, ao mesmo tempo em que o organismo está se formando, acontece a formação do “eu” humano[16]. Portanto, a dimensão natural e social do Homem se entrelaça, dando significados à sua existência. Ele, social e psicologicamente, reflete o contexto social em que vive[17]. O homem está dividido entre ser “autor de sua existência e o autor responsável pelo que faz”[18]. A dialética da sociedade faz com que o ser humano busque suprir diversas necessidades como: emprego, moradia, educação dos filhos, lazer, dentre outras. É por estas e outras razões que o homem contemporâneo preocupa-se em construir uma identidade sólida dando sentido a sua vida e alegria aos seus familiares.
                  Diante do materialismo que é oferecido ao ser humano, mesmo alguns cristãos que afirmam a união de seu comportamento com a fé[19], estão buscando uma lógica de pertença ou de engajamento. Como afirma Villepelet, “o ser cristão não significa, primeiro, uma pertença estável recebida em herança e evidente, não representa tão pouco um engajamento solidário a missão, mas designa uma forma de identidade simbólica” [20].
                  É o simbolismo que fortalece o ser humano neste período de crise e busca do espiritual. O cristão católico sabe que o cristianismo é uma religião do amor por isso procura fazer a experiência do Dom amoroso de Deus. Faz-se necessário firmar a sua identidade sentir-se pertencer a um grupo, então Deus, que é amor, faz esse reconhecimento chamando-o pelo nome: “Não tenhas medo, porque eu o redimi e o chamei pelo nome: você é meu”[21]. (Is.:43,1). O ser humano começa a firmar a sua identidade como filho amado de Deus e tem a consciência de que pertence a um grupo, pois a “subjetividade humana é fundamentalmente dialógica. O próprio de um sujeito é responder a um outro desse amor que ele leva nele. Pode-se então considerar a fé cristã como um saber prático do amor, e a catequese, como um treino para essa prática”[22].
                  É nessa dialética de interiorização, buscando Deus dentro de si mesmo partilhando o amor Dele com os demais, fazendo de seu corpo “templo do Espírito Santo de Deus” (1Cor.: 3,17) que faz com que o ser humano perceba que onde há Deus, há a liberdade (2Cor.: 3, 17). Conforme o Documento Geral para a Catequese (DGC) “a meta definitiva para a catequese é pôr alguém não só em contato, mas em comunhão, em intimidade com Jesus Cristo”[23]. Portanto o ser humano não pode parar de alimentar essa interiorização, pois esse é o caminho que os leva a Deus.
“Não nos eximais de nossa busca de sentido, mas acompanhai-nos sem dogmatismo nessa gestão da responsabilidade que nos incubem como sujeito, nessa busca de uma fidelidade a nós mesmos neste mundo complexo, cuja instabilidade parece ser a situação de equilíbrio. Ajudai-nos a criar a interioridade, essa preciosa reserva de viver e de estar com outros”[24].
                  A sociedade contemporânea clama por liberdade e paz. Nós cristãos temos a possibilidade de atender a esse clamor, pois somos instrumentos do Espírito Santo de Deus e a catequese nos fortalece para fazer a experiência do imenso dom amor de Deus. A catequese é o lugar de escutar a palavra de Deus e fazê-la existir.
1.2 Catequese querigmática.

                  Dentro deste contexto de crise em que a catequese está inserida, a Igreja nos convida a realizar a catequese querigmática que tem como objetivo o anúncio do Evangelho que precisa ser proclamado como vida e renovação para o cristão, “este desafio convida a passar de uma catequese mantêm e consolida a fé já presente, numa catequese que suscita o desejo e propõe a radical novidade do Evangelho” [25].
                  A catequese permite a relação e a revelação de Deus com a humanidade. Ela mostra Jesus verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. “E o verbo se fez carne e habitou entre nós” (João: 1, 14). Jesus, Deus filho, é o verbo encarnado e revelado na sociedade.
                  Essa catequese “conduz ao centro do Evangelho (querigma), à conservação, à opção por Jesus Cristo que nos revela ao Pai, no Espírito Santo (dimensão trinitária) e ao seu segmento”[26].
                  A boa nova conduz a fé no mistério pascal de Jesus. Jesus morreu e ressuscitou. A ressurreição de Jesus é a essência da fé dos cristãos. “Se Cristo não ressuscitou a nossa pregação é vazia e a nossa fé também” (1 Cor.: 15,14). Essa ressurreição traz esperança e vida nova para a humanidade. A ressurreição é uma experiência forte de fé e vida conforme afirma o Catecismo da Igreja, “A catequese anda intimamente ligada com toda a vida da Igreja. Não é somente extensão geográfica e o aumento numérico, mas também e mais ainda o crescimento interior da Igreja, sua correspondência ao desígnio de Deus que depende de catequese mesma”[27]. A mensagem salvífica de Jesus chega até nós através do anúncio transmitido pela Igreja que é vivenciado e experimentado na comunidade de fé. Essa maneira de catequizar iniciou com a pregação dos apóstolos, as primeiras comunidades cristãs[28].
                  Dentro a globalização, o desenvolvimento desenfreado da tecnologia e do aumento excludente de indivíduos na sociedade “A palavra de Deus precisa ser lâmpadas para os pés e luz para o caminho” (Sl.:119,105)
                  A catequese numa perspectiva pascal de Jesus é a esperança de paz, ela não pode hesitar e voltar atrás precisa caminhar com a evolução dos tempos revelando o amor de Deus através do perdão dentro de uma catequese contínua para que o indivíduo saiba resolver os problemas que a sociedade globalizada traz de maneira cristã.

3. Pedagogia para uma educação de fé.

                  Pedagogia trata-se de uma transmissão mútua dos saberes; saber, saber se e saber fazer. De uma maneira científica pedagogia requer competência dos profissionais em educação. Portanto, a pedagogia se refere a todo o processo de ensino aprendizagem: didática; metodologia; estratégia de avaliações e o resultado do processo.
                  A catequese não pode andar na contramão dos saberes apresentados a comunidade na sua dimensão científica e popular, é necessário que ela busque uma pedagogia dinâmica inserida na realidade cultural, social e econômica a fim de que possa atender às necessidades do indivíduo no seu processo de crescimento intelectual e espiritual, pois conforme o Catecismo da Igreja, “a catequese é uma educação da fé das crianças, dos jovens e dos adultos, a qual compreende especialmente um ensino da doutrina cristã, dado em geral de maneira orgânica e sistemática, com os fins de os iniciar na plenitude da vida cristã[29].
“Vinda a plenitude dos tempos, Deus mandou à humanidade seu filho, Jesus Cristo. Ele trouxe ao mundo o supremo dom da salvação, realizando a missão de redentor, no âmbito de um processo que continuava a “pedagogia de Deus” com a perfeição e a eficácia intrínsecas à novidade de sua pessoa”[30].
                  Jesus dar continuidade a pedagogia de Deus, de maneira amorosa e acolhedora, inova a sua pedagogia através de símbolos, metáforas, imagens e parábolas. Ele faz acontecer a pedagogia do amor e da esperança “o anúncio genuíno do Reino de Deus como Boa-Nova da verdade e da consolação do Pai: um estilo de amor delicado e forte, que livra do mal e promove a vida; o convite permanente a uma conduta amparada pela fé em Deus, pela esperança no Reino e pela caridade para com o próximo [...]”[31], é o modelo de catequese que se espera hoje, pois a catequese promove a vida e os catequistas precisam está sensíveis para os problemas e as necessidades de seus catequizandos[32].
                  A Igreja sabe que os atrativos da sociedade contemporânea são inúmeros e o ser humano tende a ter tempo para, jogar futebol, ir à praia, jogar vídeo game, fazer cursos, dentre outros tipos de lazer e necessidades oferecidos na sociedade, mas não têm tempo para o sagrado. Diante desta realidade a Igreja vem preocupando-se com o método que a catequese precisa utilizar na formação permanente de fé do indivíduo.
“A catequese usa tanto o método indutivo como o dedutivo, porque ambos, de maneiras diferentes, prestam-se à inteiração entre fé e vida. O método indutivo parte do particular para o geral. No caso da catequese, parte das situações inquietações humanas e experiências religiosas para chegar às respostas da fé. O método dedutivo parte de um dado mais geral (Bíblia, Magistério, Doutrina, formulações litúrgicas...), para deduzir daí as conclusões práticas, específicas e particulares para cada situações”[33].
                  Na pastoral da Igreja latino-americana foi criada outra metodologia para a catequese – VER, JULGAR e AGIR, que tem trazido segurança e eficácia à educação permanente de fé[34]. A catequese no Brasil está substituindo o termo julgar por iluminar e acrescentando celebrar, portanto a catequese, no Brasil, está utilizando o método VER, ILUMINAR, AGIR, CELEBRAR e REVER, que, de acordo com o Diretório Nacional de Catequese[35], são definidos da seguinte forma:
VER: é um olhar crítico e concreto a partir da realidade da pessoa, dos acontecimentos e dos fatos da vida.
ILUMINAR: é o momento de escutar a Palavra de Deus. Implica a reflexão e o estudo que iluminam a realidade, questionando-a pessoal e comunitariamente.
AGIR: é o momento de tomar decisões, orientando a vida na direção das exigências do projeto de Deus. É tempo de vivenciar e assumir conscientemente o compromisso e dar as necessárias respostas para a renovação da Igreja e a transformação da realidade.
CELEBRAR: é o momento privilegiado para a experiência da graça divina. É o feliz encontro com Deus na oração e no louvor, que anima e impulsiona o processo catequético.
REVER: é o momento para sintetizar a caminhada catequética, valorizar os catequistas e os catequizandos, aprofundar as etapas do planejamento proposto, revendo os conteúdos e os compromissos assumidos.
                        Para combater esse desafio da catequese na contemporaneidade faz-se necessário que a Igreja invista na formação continuada dos catequistas a fim de que eles estejam preparados e atentos aos clamores de seus catequizandos, ajude-os a encarar de maneira cristã os problemas que a sociedade capitalista, globalizada e neoliberal transmite para o indivíduo. Não podemos esquecer que catequese são todos os grupos de pastorais que pertence à Igreja, pois todos eles contribuem para a formação permanente do indivíduo.






4. Catequese viva na comunidade de fé.
                               
                  Utilizando o termo biológico a família é formada pelos laços sanguíneos. Os filhos fruto de um casamento são um pouco o “eu” da mãe e o “eu” do pai[36] e ao mesmo tempo diferente. A família é o primeiro grupo comunitário do indivíduo, depois surgem outros grupos como: a igreja, a escola, a vizinhança e assim sucessivamente. Esses novos grupos sociais são considerados, em um âmbito cristão, nova família, ou seja, a família sem laços sanguíneos.
                  Deus Pai nos adotou como filhos e filhas por tanto estamos unidos uns aos outros no amor fraternal de Jesus. Somos todos, irmãos e irmãs que juntos saímos de uma condição de escravos (Gl.: 4,7) e passamos a ser filhos e filhas de Deus “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo por sua grande misericórdia. Ressuscitando a Jesus Cristo dos mortos, ele nos fez renascer para uma esperança viva” (1 Pd,: 1,3).
            O cristianismo é uma religião de amor ao próximo, portanto esse amor é comunitário e não egocêntrico. Todo amor, toda alegria e a esperança no Cristo ressuscitado é fortalecida na comunidade de fé. O Catecismo da Igreja ensina que “para o homem, esta consumação será a realização última da unidade do gênero humano, querida por Deus desde a criação e da qual a Igreja peregrinamente era ‘como o sacramento’. Os que estiverem unidos a Cristo formarão a comunidade dos remidos a cidade santa de Deus (Ap.: 21,2) [...]”[37]. O cristão católico consagra a pertença na comunidade de fé através da Eucaristia: e nas pastorais:
“A Eucaristia é ‘fonte e ápice de toda a vida cristã’. Os demais sacramentos, assim como todos os mistérios eclesiásticos e tarefas apostólicas, se ligam à sagrada Eucaristia e a ela se ordenam, pois a santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo nossa Páscoa’[38].
                  A Eucaristia é o momento forte para os filhos e filhas de Deus partilharem a fraternidade de serem irmãos. “Se alguém disser amo a Deus, e, no entanto odeia seu irmão esse tal é um mentiroso; pois quem não ama a seu irmão a quem vê, não poderá amar a Deus a quem não vê” (1Jo.: 4,20). Quem espera em Deus e pensa Nele, precisa também pensar e esperar no irmão, amar a Deus é renunciar-se para Ele e para os irmãos. Os contemporâneos precisam fazer a experiência do amor fraterno de Deus mergulhando nas vivencias dos grupos comunitários pastorais. A Igreja nos convida a viver esse tempo forte de reunião nos grupos, pois é tempo de partilha, revisão da caminhada, tempo de oração e de celebrar esse amor genuíno de Deus.


REFERÊNCIAS
ARMSTRONG, Karem. Uma história de Deus: quatro milênios de busca do judaísmo, cristianismo e islamismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. 462 p
BIBLÍA PASTORAL
BERGER, Peter. O dossel sagrado. São Paulo: Paulus, 1985. 194 p.
BERGER, Peter; LUCKMANN, Thomas. Modernidade, pluralismo e crise de sentido. Petrópolis : Vozes, 2004. 94 p.
BITTENCOURT FILHO, José. Matriz religiosa brasileira : religiosidade e mudança social. Petrópolis: Vozes, 2003. 260 p.
Catecismo da Igreja Católica. São Paulo; Loyola, 2000. 934p.
CNBB. Diretório Nacional de Catequese, n.84. São Paulo; Ed. Paulinas, 2006. 277p.
DIRETÓRIO GERAL PARA A CATEQUESE. São Paulo; Ed. Paulinas, 2009. 294p.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro : DP&A, 2003. 104 p.
KONIG, Franz et. al. Léxico das religiões. Petrópolis : Vozes, 1998. 622 p.
LUCKMANN, Thomaz. Lá religión invisibile: el problema de lá religión en lá sociedad moderna. Trd. De Miguel Bermejo. Salamanca: Sigueme, 1973.131p.
MARTELLI, Stefano. A religião na sociedade pós-moderna : entre secularização e dessecularização. São Paulo : Paulinas, 1995. 496 p.
VILLEPELET, Denis. O Futuro da catequese. São Paulo: Paulinas, 2007. 167p.


[1] Fernanda Maria Andrade é graduada em Ciências Sociais (FAFIRE), Especialista em Metodologia do Ensino Religioso (UNICAPE e AEC) E Mestra em Ciências da Religião (UNICAP).
[2] HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. p. 10.
[3] ARMSTRONG, Karem. Uma história de Deus: quatro milênios de busca do judaísmo, cristianismo e islamismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. p. 347.
[4] Ibid., p. 377.
[5] “No fim do século XVIII, porém, a Europa tinha começado a dominar o mundo, e a própria natureza de sua realização significativa que era impossível o resto do mundo alcançá-la. Os britânicos também haviam conquistado o controle da Índia, e a Europa estava em posição para economizar o máximo possível do mundo. Iniciara-se o processo de ocidentalização, e com ele o culto do secularismo, que reivindicava independência de Deus” (Cf. ARMSTRONG, 1994. p. 295).
[6] KÖNIG, Franz et. al. Léxicos das religiões. Petrópolis: Vozes, 1998. p. 536.
[7] BEGER; LUCKMANN, 2004, p. 47.
[8] BITTENCOURT FILHO, José. Matriz religiosa brasileira: religiosidade e mudança social. Petrópolis: Vozes, 2003. p. 29-30.
[9] BERGER, Peter L. O dossel sagrado: elementos para uma teoria sociológica da religião. São Paulo: Paulus, 1985. p. 139.
[10] MARTELLI, Stefano. A religião na sociedade pós-moderna: entre secularização e dessecularização. São Paulo: Paulinas, 1995. p. 292.
[11] “Deve-se dizer também que a sociedade é a atividade humana objetivada, ou seja, que a sociedade é o produto da atividade humana que atingiu o Status de realidade objetiva” (BERGER, 1985. p. 24).
[12] BITTENCOURT FILHO, 2003. p. 30.
[13] LUCKMANN, Thomaz. Lá religión invisibile: el problema de lá religión en lá sociedad moderna. Trd. De Miguel Bermejo. Salamanca: Sigueme, 1973.131p.
[14] CNBB.Diretório Nacional de Catequese, São Paulo; Paulinas, 2006. n.164
[15] BEGER; LUCKMANN, 2004, p.71.
[16] Ibid., p. 73.
[17] Ibid., p. 73.
[18] VILLEPELET, Denis. O Futuro da catequese. São Paulo: Paulinas, 2007. p. 43.
[19] Ibid., p.46
[20] Ibid., p.46

[21] BÍBLIA PASTORAL
[22] VILLEPELET . p. 50
[23] DOCUMENTO GERAL para CATEQUESE, n 80
[24] Vaticano II. Gaudium et spes, n. 14, apud. VILLEPELET. p.50
[25] VILLEPELET . p.53.     
[26] DOUCMENTO NACIONAL de CATEQUESE. n.13.
[27] CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. n.7.
[28] DOUCMENTO NACIONAL de CATEQUESE. n.102
[29] CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. n.5.
[30] DIRETÓRIO GERAL DA CATEQUESE. n.140.
[31] Ibd., n.140.
[32] DOUCMENTO NACIONAL de CATEQUESE. n.151.
[33] Ibd., n.155.
[34] Ibd., n.157.
[35] Ibd., n.158 a 162.
[36] VILLEPELET. p. 102.                                                                                                                                  
[37] CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. n.1045.
[38] Ibde., n.1324.

TEXTO OFERECIDO PELA PALESTRANTE
FERNANDA MARIA ANDRADE

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