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A ERA CONSTANTINIANA E AS CONSEQÜÊNCIAS DO IMPÉRIO ROMANO

A era Constantiniana e as conseqüências do Império Romano para a sociedade de seu tempo e para todo o desenvolvimento da História da Igreja.


            Como realmente se deu o início da igreja primitiva? Será que podemos elencar alguns fatos? Ora, sabemos que o início da missão evangelizadora da Igreja primitiva não foi nada fácil, por vários fatores: houve muitas perseguições, divergências, lutas, mentiras envolvendo a vida dos cristãos onde muitos foram martirizados, principalmente aqueles que aderiram o cristianismo como religião, acreditando sobre tudo, na existência de um único Deus, contrariando assim a religião romana. Os romanos por sua vez não tinham a mínima idéia que mais tarde o cristianismo que eles chamavam de seita iria conquistar o mundo e se tornar uma das religiões com mais adeptos do mundo.
            Naquela época o pagão até então convertido ao cristianismo buscava na nova religião, uma promessa a garantia de uma vida eterna, pois acreditando na ressurreição de Jesus para eles a barreira da morte estava totalmente vencida. Dentro do império romano o cristianismo já era destacado como uma seita, isso precisamente no ano de 68, já era observado como rival da religião imperial romana, onde a mesma era obrigada a dividir as atenções com os “hereges cristãos”. Os cristãos por sua vez, demonstravam grande fidelidade ao seu Senhor Jesus Cristo e ignorava de certo modo a veneração ao imperador da época Nero, que era encarado como uma divindade.
            Mediante isto, outro fator que podemos destacar como ponto principal para a ira daqueles que queriam ver o fim do cristianismo era o seu crescimento desordenado. Quanto mais os cristãos eram perseguidos por aqueles que faziam parte do Estado, mais a nova religião que surgira ia aumentando com mais novos adeptos. Quanto mais os dias passavam-se mais o Cristianismo ia se consolidando e até mesmo antes de se tornar uma religião oficial, os novos adeptos incomodavam os líderes do Estado, ou seja, os que governavam o império, para eles isto era algo realmente pra se preocupar.
            Os que governavam o império tinham medo de não ter mais força em controlar o crescimento da nova religião porque isto significava oposição já que os cristãos não vinham o imperador como divindade conseqüentemente como senhor, porque o  Senhor dos cristãos era sem dúvida Jesus Cristo. Ora, sendo o Cristo o Senhor dos cristãos o imperador se tornaria um simples homem como qualquer outro, conseqüentemente perderia todo seu “estatus”, e isto não estava de forma alguma nos projetos da política romana.  
            Na verdade nos dois primeiros séculos da igreja cristã, os cristãos foram que praticamente banidos de Roma. Quando o cristianismo surge em Roma com Pedro e Paulo os romanos já cultuavam e acreditavam em outros deuses, diferentemente dos Cristãos. Estes acreditavam em um único Deus, nascido de uma mulher, que se tornou homem, morreu numa cruz e depois ressuscitou. Certamente este foi um dos fatores fundamentais que mais chocaram os romanos, porque eles eram henoteístas. Vários imperadores romanos e também cidadãos eram henoteístas. Mas o que seria afinal um henoteísta? Um henoteísta é alguém que crer fielmente na existência de vários deuses, sendo que para eles existe entre esses deuses um, que está acima de todos os outros, eles acreditavam sobre tudo na superioridade do deus Júpiter.
            É agora podemos compreender melhor porque houve tantos conflitos e divergências entre eles, enquanto os romanos acreditavam em vários deuses onde um era superior aos outros, os cristãos acreditavam em único Deus, mas sendo que esse mesmo Deus era ao mesmo tempo Uno e Trino, ou seja, três pessoas em uma: Pai, Filho (Nosso Jesus Cristo) e o Espírito Santo e nenhum desses está suplantado ao outro, comungam da mesma essência e vivem numa comunhão perfeita de unidade e vontade.   
            Dos séculos I ao V existiu no Império Romano uma religião chamada de Mitraísmo neste período muitos romanos se dizia fazer parte desta, dos quais vários soldados romanos e imperadores. Uma característica dessa religião era a refeição sacrifical, os adeptos participavam e tinham que comer a carne e beber o sangue do deus Mitra. De fato era uma religião oficial no império, mas nunca obteve um “status” de grandeza, ficando assim este título para o Cristianismo. Constantino e outros imperadores que o sucederam decidiram substituir o Mitraísmo pelo Cristianismo.
            Já em 311, com o Edito de Tolerância, promulgado por Galério permitiu aos cristãos a livre confissão de sua fé em todas as regiões do império. A perseguição aos cristãos no Império Romano só ameniza quando até então o Imperador Romano Constantino se converte ao cristianismo que no ano de 313 com o Edito de Milão decidiu legalizar o cristianismo.
            A oposição á nova religião criou o efeito inverso ao que se   pretendia. No início do século IV, o mundo cristão havia crescido tanto que obrigou Roma a tomar uma decisão: erradicá-lo ou aceitá-lo. Antes o imperador Diocleciano tentou eliminar o cristianismo, mas fracassou. O imperador Constantino optou por contemporizar, convertendo-se ao cristianismo como uma manobra política. Esta atitude acabou criando o império cristão: a nova religião se apossou da infra-estrutura burocrática romana, utilizou-a para seus propósitos e ritos e se apoderou do mundo.
            Sabemos que neste período de 313 d. C. a 325 d. C. o Império Romano já não era mais o mesmo. A alta inflação promovida pelos imperadores anteriores destruiu a moeda corrente, com isto a falta de condições financeiras e a falta de escravos para o uso de mão de obra em todo o império geraram tais desorganizações. Até então o imperador Constantino pensava que apoiando a religião dos cristãos iria surtir efeito na derrocada de seu império que naquele momento começava a se fragmentar e dividir. O imperador sem perceber resultados relevantes na decisão que tomara não abraçou de forma completa até então a nova religião, mas continuou aceitando uma verdadeira mistura de cristianismo com paganismo romano.
            Com o passar dos anos precisamente no ano 380 o cristianismo finalmente suplantou a religião romana ficando como religião oficial de Roma até então com o imperador Teodósio I. Mediante todos estes fatos o que realmente fascinava os romanos a aderirem à nova religião? Não podemos esquecer que foi de fundamental importância a ida de Paulo e Pedro a Roma. Creio que foi o testemunho de doação por parte dos primeiros apóstolos que foram martirizados em Roma como também os seus sucessores e discípulos. Eles não tinham medo de enfrentar o poder do império a tal ponto de entregar a própria vida por uma causa que segundo eles não era uma mentira mais uma verdade. Naquela época a cidade era basicamente o centro do mundo, com sua coragem fizeram com que alguns pagãos romanos conhecessem a nova religião que de certa forma contradizia a romana. Pregaram a boa nova de Jesus falando de sua paixão, morte e ressurreição. Anunciaram sem temor e souberam testemunhar o amor incondicional que Deus tem para cada um de nós.
            Para eles a única verdade era a de que Deus veio em nosso socorro, encarnou-se e se tornou homem para nos garantir uma vida melhor, vida esta em abundância já que o império romano não garantia mais. Por fim, a conquista de Roma por parte dos cristãos foi fundamental não só para sua história, mas para sua ascensão e autonomia no mundo, tornando-se hoje podemos dizer se não a maior religião do mundo.   

BIBLIOGRAFIA:

Josef Lenzenweger e Rudolf Zinhobler, História da Igreja, Edições Loyola, São Paulo, 2006. 

FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEMINARISTA SEVERINO DA SILVA

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