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TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO

C. TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO

(1) Povo de Deus porque querido desde sempre por Deus, (2) Corpo de Cristo porque constituído na convocação do Filho por meio da pregação e o mistério pascal, (3) a Igreja é Templo do Deus vivo (2 Cor 6,16) no qual habita o Espírito (1 Cor 3,16s), templo santo edificado em Cristo para se tornar morada de Deus no Espírito (Ef 2,21) o qual continuamente (a) a renova e a (conduz) à perfeição para o encontro com o Esposo. Esta presença do Espírito é assim profunda que os mesmos membros são chamados Templo do Espírito. Podemos ver diferentes aspectos de sua presença:
·                   Ele a unifica na comunhão e no serviço (comunhão);
·                   A guia e sustenta no tempo (tradição)
·         A renova e santifica tornando-a comunhão dos santos em caminho para a plenitude das promessas de Deus.

1. A COMUNHÃO DO ESPÍRITO SANTO

Segundo 2 Cor 13,13 (a saudação trinitária) nos dá a convicção que para os primeiros cristãos o Espírito é o Espírito da comunhão (koinonia). Mas o genitivo usado DE nos ajuda entender que a koinonia é o dom (genitivo subjetivo) específico do Espírito, mas também a participação à koinonia do Espírito (genitivo objetivo) (2 Cor 13,11). Mas os dois significados não se podem contrapor: a koinonia do Espírito é ao mesmo tempo a (1) comunhão ao Espírito (participação) e (2) a comunhão fraterna por ele produzida (dom), ou ainda melhor é a comunhão fraterna enquanto suscitada, alimentada e vivificada sempre de novo pelo Espírito. Assim podemos dizer que graça (Jesus), amor (Pai) e comunhão (Espírito) são aspectos diferentes da mesma economia da salvação (a) suscitada pelo amor de Deus, (2) convocada pela graça do Filho (3) expressa na história como comunhão, produzida e alimentada pelo Espírito.
Mas o que é esta comunhão, koinonia? Depende do contexto onde está inserida. Nós podemos encontrar três interpretações:

a.                 A comunhão como vida divina
Koinonia é antes de tudo comunhão à vida do Filho (1 Cor 1,9) que se realiza e funda a esperança do ainda não. E que esta experiência seja participação ao Cristo concreto, vivida na comunidade Paulo o sublinha no texto eucarístico de Corinto quando se participa ao mesmo cálice e ao mesmo pão (1 Cor 10,16) e por isto afirma que precisa se afastar dos sacrifícios dos pagãos que são comunhão com os ídolos (1 Cor 10,14.18.20s). É necessário comungar com o Cristo que é o fundamento da comunhão fraterna (1 Cor 10,17).
Esta comunhão sacramental implica comunhão aos sofrimentos do Cristo (Fil 3,10). Por isto participar à vida de Cristo não é um afastar-se da história, mas comungando no pão e vinho o crente alcança aquela vida nova que o torna capaz de carregar com Cristo a CRUZ da própria dor e de participar da paixão do Senhora à vantagem da Igreja, seu corpo (Col 1,24; 1 Pd 4,13). Nesta vida de peregrino a comunhão com o Cristo é a comunhão com a Trindade. Esta vida de comunhão, rica de relações interpessoais, é fruto do Espírito Santo (2 Cor 13,13).
Esta koinonia com a Trindade é a finalidade do anúncio (1 Jo 1,2). (1) Nascida pela fé no evangelho (1 Cor 9,23), (2) alimentada pela comunhão ao banquete eucarístico, (3) expressa na comunhão fraterna, antecipação da glória futura (1 Pd 5,1) a koinonia é verdadeira participação à vida do Deus de Jesus Cristo (2 Pd 1,3s).
Portanto é a presença de Jesus, de seu corpo e de seu sangue, de seu sofrimento, de seu Espírito, de seu Evangelho, de seu exemplo e de seus mandamentos a qualificar teologicamente em sentido cristão o uso de koinonia seja onde se refere diretamente ao Cristo seja se se refere à comunidade cristã.

b.                 A comunhão eclesial
Não se pode estar em comunhão com Deus e ao mesmo tempo caminhar nas trevas. Caminhar na luz significa estar em comunhão uns com os outros (1 Jo 1,6s). Embora que neste texto não apareça o termo, ele é implícito. A insistência da relação vital entre Cristo e o discípulo em João (15,1ss) não justifica-se nenhum individualismo porque João vê na fraternidade crista o fruto direto da comunhão trinitária e esta exigência é bem expressa no refrão da correspondência presente em João expresso com a conjunção COMO. E assim podemos dizer que a comunhão de amor que liga o Filho ao Pai e aos “homens” é ao mesmo tempo o modelo e a fonte da comunhão fraterna que deverá ligar os discípulos entre eles (Jo 15,12; 17,21.22).
É aqui que temos a presença do Espírito. A comunhão, suscitada pelo acolhimento do Evangelho (1 Jo 1,3ss) fruto da graça do Filho e do amor do Pai e visibilizada no amor recíproco é a comunhão do Espírito Santo (2 Cor 13,13). É o Espírito que realiza o princípio da correspondência: nascido da água e do Espírito (Jo 3,5) o discípulo é habitado por Ele para habitar por sua vez em Deus (1 Jo 4,13; 3,24). É no Espírito que os discípulos testemunharão (Jo 15,26s; 1 Jo 5,6). O testemunho de Jesus é a comunhão fraterna (Jo 13,35). Como fonte de água viva o Espírito vivifica e torna difundida de vida a existência do discípulo (Jo 7,37-39). Assim a Igreja de João é a Igreja do amor porque é a Igreja do Espírito que gera a comunhão com Deus e entre os discípulos.
Mas esta comunhão não é um sonho platônico, mas uma comunhão real. Assim ao lado da comunhão sempre existiu (1 Jo 1,1ss) desde o início a separação (2 Jo 2.19). Esta divisão de FEE tão grave que não se pode ter conversa com eles (2 Jo 9-11). Por isto estranhamos a leitura da primeira de João que acentua tanto a comunhão, mas condena terrivelmente os adversários. Neste sentido se percebe a importância das autoridades apostólicas que procuram transmitir o Evangelho original (eis o remédio à heresia). Por isto que a Igreja de amor não pode ser que a Igrteja da verdade entendida como fidelidade ao Evangelho confiado por Jesus Cristo aos seus.
Também Paulo acentua esta koinonia na fé (Fil 1,3-5). Paulo aqui salienta não somente a mesma fé, mas também o compromisso evangelizador (Fil 1,6), porque a fé implica missão. É a mesma coisa em Filemon (6) onde se afirma que esta comunhão na fé implica também novos relacionamentos inspirados pela caridade (5). Esta comunhão da fé opõe trevas e luz (2 Cor 6,14-16). E esta comunhão dos crentes deve manifestar-se na fraternidade animada pelo Espírito (Fil 2,1s). De fato é o Espírito a unificar a variedade de dons e serviços na Igreja do amor (1 Cor 12,7.12; Ef 4,1-5). A fraternidade cristã nasce no ser constituídos filhos do mesmo Pai no Espírito (Rom 8,14).
Uma expressão da comunhão eclesial acentuada no NT é a solidariedade com os pobres e fracos. E aqui reveste importância a coleta para os pobres que vem definida comunhão (Rom 15,26). Fundamento desta atitude é o Cristo qie de rico se fez pobre (2 Cor 8,4.9; 9,13; Hb 13,16). Assim na coleta não se realiza simplesmente uma passagem de bens, mas se expressa a unidade de fé, a comunhão no amor, suscitada pelo Espírito que torna viva a memória de Cristo. Assim a comunidade deverá sempre estar solícita às necessidades dos irmãos, à hospitalidade (Rom 12,13) solidariedade a quem se dedica à evangelização (Gal 6,6; Fil 1,5.7;4,10ss).

c.                  A Igreja, sacramento de comunhão
Os dois aspectos da koinonia – o teológico e o eclesiológico – são inseparáveis. Assim o aspecto visível não é que a manifestação e a avaliação da comunhão trinitária. Assim participar ao Cristo é compromisso no mundo. Mas a comunhão não é simples esforço humano, mas fundamentalmente dom escatológico. Neste sentido deve-se entender os sumários de Atos (2,42-45; 4,32.34-37): assim não se deve distinguir demais ensino, união fraterna (koinonia), fração do pão e orações. Trata-se de acentuações de uma mesma comunhão que nasce da fé suscitada pela pregação, se alimenta pelo partir o pão e pelas orações e se expressa na caridade fraterna e serviço.
É interessante que isto é posto no contesto de Pentecostes e por isto esta comunidade é fruto deste Espírito. Assim a koinonia aqui apresentada é ao mesmo tempo o fruto e o sinal da obra do Espírito: a comunhão eclesial poderia assim ser entendida como o “sacramento” da ação do Espírito Santo, a manifestação visível, o resultado de sua presença eficaz no Israel da convocação escatológica. Assim o tempo da Igreja representa um tempo de cumprimento, da efusão do Espírito conforme o profeta Joel e do outro lado, o cumprimento da promessa feita pelo Senhor na ascensão: o dom da potência do alto (Lc 24,49; At 1,8). Esta investidura da Igreja é posta em paralelo com a investidura de Cristo (Lc 4,14-18; At 10,38). Assim o tempo de Jesus continua no tempo da Igreja, ou melhor, este desenvolve quanto aquele prometia (de modo impensável) e próprio em base àquilo que aconteceu no meio: a exaltação de Jesus e a sua ascensão como também o dom do Espírito. Assim a Igreja é a koinonia do Espírito não somente porque é suscitada pela sua ação na participação à vida trinitária, mas também porque de certo modo na sua comunhão fraterna é o seu rosto visível aos homens, o sinal irradiante no amor, ou o sacramento de sua presença e por isto da comunhão trinitária oferecida como graça a todos os povos no tempo da convocação escatológica do Israel eleito e amado para sempre.

FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEMINARISTA SEVERINO DA SILVA.

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